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A Vigilância do Trauma


As causas externas (CE), que incluem violências e acidentes, figuram entre as principais causas de morbidade e mortalidade no mundo, de modo particular nos países menos desenvolvidos. Atingem principalmente homens jovens vivendo em áreas urbanas, reduzindo sua expectativa de vida e trazendo consequências danosas às suas famílias e à sociedade, uma vez que acarretam, anualmente, dezenas de milhares de óbitos e mais de um milhão de internações hospitalares no Brasil. Além do sofrimento humano, trazem consigo um custo financeiro muito elevado, representado não só pelo atendimento médico imediato, mas também pela necessidade de acompanhamento das suas frequentes e graves sequelas. Vistas assim, as CE impõem desafios gigantescos ao Sistema Único de Saúde, uma vez que caracterizam um problema de saúde pública da mais alta relevância e exigem a adoção de políticas eficazes com vistas a atenuar suas consequências. Evidentemente, o enfrentamento do problema passa pela necessidade de se produzir informações de boa qualidade sobre os principais aspectos epidemiológicos destes eventos, caracterizando-os de modo a permitir a identificação dos fatores de risco mais relevantes presentes no nosso meio.

A Unidade de Emergência (UE) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (HCFMRP) é a porta de entrada para atendimento de pacientes vítimas de traumas graves do município e da região, o que faz dela um local ideal para estudo destas condições. Neste hospital, funciona o Núcleo de Vigilância Epidemiológica Hospitalar (NVEH), serviço que remonta a março de 1988, quando foi aprovada pelo Conselho do Departamento de Medicina Social a criação do então chamado Centro de Pesquisa e Vigilância Epidemiológica (CPVE), com a finalidade de realizar as atividades de vigilância das doenças objeto de notificação que fossem diagnosticadas no HCFMRP.

Em fevereiro de 1996, tendo em vista a elevação perceptível dos acidentes de transporte atendidos na UE, docentes dos Departamentos de Medicina Social e de Cirurgia e Anatomia da Faculdade de Medicina decidiram acrescentar à rotina do NVEH a coleta de dados de todas as vítimas destes acidentes que fossem atendidas na Unidade. Para cada uma delas passou a ser preenchida uma ficha de coleta de dados demográficos e relacionados ao acidente, bem como relativos à evolução do paciente. A coleta dessas informações é realizada desde então pelo corpo médico e de enfermeiros ligados ao NVEH, somando já uma experiência ininterrupta de 21 anos de produção de conhecimento.

A partir de 2004, a ficha de coleta de dados passou a contemplar todos os demais atendimentos por causas externas, indo além das produzidas apenas por acidentes de transporte e incorporando informações que permitem o cálculo de índices de gravidade das lesões, indicadores fundamentais para avaliar a qualidade da assistência prestada às vítimas e para permitir comparabilidade com outros serviços.

Tem-se, assim, um sistema regular de coleta, registro e análise de dados que cobre a totalidade dos atendimentos por causas externas cujas vítimas são recebidas em uma unidade hospitalar universitária de nível terciário, responsável por ser referencia nos atendimentos a traumas de alta complexidade na região de Ribeirão Preto.


Instruções para a solicitação de dados do NVEH:

Download - Instruções
Download - Documento de Autorização